O crescente movimento que acredita na teoria de que a Terra é plana claramente não vai desaparecer tão cedo. Embora podemos argumentar que não se tornará de repente a crença dominante, é preocupante o quanto a teoria é discutida, e a cobertura que a mídia faz dela, ainda que de maneira crítica, provavelmente não está ajudando, pois tem dado repercussão a essas crenças.
Ainda assim, é um fenômeno que vale a pena investigar e uma pesquisa da YouGov fez exatamente isso. Os resultados são inquietantes.
Apenas 2 terços dos jovens aceitam que a Terra seja redonda
A pesquisa realizada com 8.215 adultos dos EUA sugere que 84% “sempre acreditaram que o mundo é redondo”. No entanto, entre os jovens de 18 a 24 anos, esse percentual cai para 66%. Ele sobe continuamente através de vários grupos etários para atingir um pico de 94% para pessoas com 55 anos ou mais.
Se saber que apenas 2 terços dos jovens adultos nos EUA aceitam que o planeta é redondo já é profundamente preocupante, há mais: cinco por cento dos adultos dos EUA que sempre pensaram que o mundo era redondo, se tornaram mais céticos ultimamente. Esse número sobe para 9% entre os jovens de 18 a 24 anos.
De modo geral, quanto mais velho alguém nos EUA é, menor a probabilidade de ter qualquer crença na Terra Plana.
Outra curiosidade da pesquisa é que ela aponta que republicanos são mais propensos a aceitar que a Terra seja redonda (89%) do que democratas (83%). O nível salarial também influencia. Quanto maior a renda, mais probabilidade de acreditar na Terra redonda.
A maioria dos terraplanistas é muito religiosa (52%). Isso não é muito surpreendente. Um estudo recente encontrou ligações entre tipos de preconceitos cognitivos e diversos pontos de vista. Constatou-se que os conservadores religiosos em geral “exibem consistentemente uma baixa fé na ciência e uma relutância em apoiar a ciência”.
Não está claro no momento por que pessoas entre 18 e 24 anos têm mais probabilidade que outras de duvidar da forma do planeta. É possível que o clima político atual da pós-verdade, onde fatos ficam soterrados por falsas informações, juntamente com o uso indevido das mídias sociais, esteja alimentando a desinformação. Isso é paradoxal, infelizmente, pois os chamados Millennials – definido por jovens adultos que muitas vezes incluem adolescentes – são mais instruídos do que as últimas três gerações de americanos.